Djico n.m. passeio, volta. Tem origem no verbo kudjika, "virar, dar uma volta", das línguas tsonga, faladas em Moçambique.

21.10.10

Made in Maputo


Banquinhas com bolachas e bebidas. Venda de roupa na rua. Carrocinhas de fruta. Engraxadores nas esquinas.

Danger!


Aqui muitas casas têm arame farpado ou electrificado em cima dos seus muros. E todas têm seguranças à porta, uns armados outros não, com farda aprumada ou nem tanto... Passo diariamente por estas casas e, sinceramente, não me fazem sentir segura ou insegura em Maputo. Apenas me relembram as duas realidades que convivem lado a lado.

Vá lá. De ‘chapa’


Os ‘chapas’ são a Carris aqui de Maputo. :) Mas os bilhetes ou o Cartão Viva não existem. Por vezes dão uma carta de jogar, no inicio da viagem, que tem de ser devolvida na companhia de 5 Meticais (em percursos curtos). E também quase não existem paragens fixas (conheço uma, na Av. Eduardo Mondlane) e os percursos variam um pouco consoante o trânsito... Mas o que é verdadeiramente desesperante são as indicações de que se apanharmos um chapa em tal rua vamos ter direitinhos à rua que desejamos mas quando apanhamos o ‘chapa’ isso nunca acontece…

Vá lá. De Moto-Táxi


As ‘moto táxi’ que percorrem a cidade de Maputo são uma excelente ideia que pode ser adoptada em qualquer cidade europeia. São menos poluentes que os carros, safam-se melhor no trânsito, são mais económicas e permitem que cada viagem seja uma espécie de passeio turístico, mesmo quando o fazemos à hora de ponta e pelas ruas mais cinzentas da cidade.

A preto e branco


Aqui, os preços, têm cores diferentes. Uma alface que, comprada pelo Sérgio custa 20 Meticais, comprada por mim o preço pode inflacionar 100%… Com os moto-táxis nem se fala. O preço, que devia ser feito a 20MT/Km, como não há conta-quilómetros fica a olhómetro.
Quando, por exemplo, vamos às compras e estamos cheios de sacos, eu vejo umas montras, disfarçadamente, e o Sérgio é quem pergunta quanto é que vai cobrar até nossa casa. Depois de negociado, lá entro eu no moto-táxi como se não fosse nada comigo… Esta é apenas uma das situações em que a cor da pele ainda faz muita diferença. E há situações em que só apetece mesmo dizer ‘Tirem-me deste filme!’ porque o filme ainda é a preto e branco…

O nome das ruas


Politiquices à parte (isso dava pano para muitas mangas…) devido à influência que o regime socialista teve (e ainda tem) em Moçambique, a maioria das ruas de Maputo tem nomes como Vladimir Lenine e King II Sung. Ironicamente, a Rua Karl Marx, é uma das que tem mais comércio e boas casas… A rua onde trabalho é a Mao Tsé Tung…

Moçambique no seu melhor


Deixo-vos com alguns ‘nicknames’ escritos nos ‘chapas’. Verdadeiras pérolas… 'Bébé do Chókwè', 'Deus é que sabe', 'O Transportador', 'Bichão', 'Quem dorme ao volante, acorda no céu', 'Sempre a subir', 'Mete dentro', 'James Bond', 'Tribalista', 'Is not cosy', 'O arrependimento vem depois', 'O futuro da vida é o amor'. Inspirador, não é?

Pssss!



Ao contrário do que se possa pensar, os graffitis ou street art, não é uma prática frequente em África. Mas, como as tendências mundiais já começam a chegar aqui à metropole, encontrámos um edifício abandonado com uns murais dignos da ‘outra margem’…

Moreira Chonguiça


Um pouco da cultura deste bonito país.
Vencedor de inúmeros prémios, Moreira Chonguiça, é um músico moçambicano de renome, especializado em Jazz Contemporâneo e World Music. Conta com dois álbuns, The Journey e Citizen of the World, encontrando-se a gravar um álbum de remixes e alguns temas inéditos.

Maçaroca


Há dias que os clientes reprovam as melhores ideias porque as accounts não a sabem explicar... Há dias em que o trabalho é tanto que não há hora de almoço nem hora prevista de saída… Há dias em que não temos trabalho e parece que as horas não passam. Há dias que só melhoram à noite, a caminho para casa, com uma maçaroca quentinha comprada junto ao Hospital Central. Mmmmm...

Muitos anos de vida


O Eugénio fazia anos e resolvi fazer-lhe uma surpresa que incluiu bolo e amigos na Costa do Sol. Foi uma tarde bem passada em que estivemos grande parte do tempo a rir com recordações da nossa infância. E nem faltou a foto, para mais tarde recordar.

O Último Voo do Flamingo


Uma co-produção Portugal/Moçambique nunca será uma produção com a qualidade de som do cinema americano ou com a qualidade de argumento de algum cinema europeu. Mas não deixa de ser um filme com o seu quê de interessante e onde se pode conhecer um pouco mais da cultura moçambicana. Fomos ver no Xenon, a melhor sala de cinema da cidade e que fica mesmo ao lado de nossa casa.

Vado


Passámos pela Associação Moçambicana de Fotografia (que fica bem perto de nossa casa, a caminho da padaria onde compramos uns paezinhos deliciosos) e resolvemos dar uma espreitadela à exposição que lá estava. O artista plástico chama-se Valdemar Tomás Mariano (nome artístico, Vado) e os seus quadros de cores vivas e quentes, retratam vivências de mulheres moçambicanas. Ficámos só pelo ver pois o preço das obras variam entre os 450 e os 1500 dólares...

Jardim dos Namorados



É assim que se chama, mas deveria mudar o nome para ‘Jardim dos Casamentos’, pois, para além de ter um restaurante próprio para essas ocasiões, fazem-se romarias até lá para tirar as fotos dos casórios.
Nós fomos só dar um passeio, comer um gelado e conversar à sombra de uma árvore.

Ilha de Inhaca




Inhaca, fica a cerca de 30 Km de Maputo, ou seja, a cerca de duas horas, de barco, com o estomago às voltas… Esta ilha, considerada património biológico da  humanidade, é um dos mais belos recantos de Moçambique, com espécies raras de aves, corais, golfinhos, baleias e dugongos.
A atmosfera tropical, os passeios à beira-mar, os passeios pelas áreas protegidas e pelas florestas onde a população acredita existirem lugares sagrados habitados por espíritos. E no hotel, a piscina de água salgada, os jardins com palmeiras e a óptima comida, tornaram estes dias, numas férias inesquecíveis.

Beleza Natural


Num dos passeios por Inhaca vimos estrelas do mar, corais, conchas, búzios e pedras que o mar recorta. Tudo muito bonito até encontrarmos um pedaço de pele de cobra! E lá porque deixou a pele para trás não significa que não volte por aquele caminho...

Ilha dos Tugas


Bem pertinho de Inhaca, fica a Ilha dos Portugueses (um nome em homenagem aos colonizadores?!), uma ilha deserta (devido a ausência de água potável) onde se toma um maravilhoso banho, sem ninguém por perto no quilometro em redor, numa praia linda de água azul, calma e quente... Descobrimos, dias depois, que por vezes, aparecem por lá tubarões...

Já é quase Natal!


Ok, estou a exagerar, ainda faltam quase 3 meses para o Natal… mas como tanto o presépio como as decorações, vão ser feitos por nós, temos que começar a reunir material!
O nosso Menino Jesus, por exemplo, vai ter uma esteira feita com fagulhas de pinheiro. Se Deus quiser…